domingo, 9 de setembro de 2012

HOJE É DOMINGO

   Para mim é o dia mais triste da semana, talvez venha da época da minha infância, minha mãe nos obrigava a ir à missa da manhã, lembro-me que eu era pequena e não entendia nada, normalmente minha mãe ia tocar órgão lá na frente e deixava eu e meus irmãos sentados no banco da frente, de lá ela ficava observando se estávamos acompanhando a missa direitinho, sentando e levantando na hora certa, fazendo o sinal da cruz, meu irmão mais novo era quase um bebê e eu tinha que tomar conta dele, e ainda ensiná-lo a rezar, não que eu soubesse, mas eu ensinava o que sabia, essas lembranças não são agradáveis nem um pouco, a ponto de comprometer meus domingos para sempre, pois me remete àquela época, ser obrigado a fazer algo que não se quer é muito desagradável, mas coitada da minha mãe, era carola mesmo, ia à missa aos domingos, novenas, não podia faltar de jeito nenhum, mas esses eram os valores dela, imagina, uma mulher que foi educada em colégio de freiras, naquela época era a única opção para as famílias que queriam dar estudo aos filhos. Acho que fizeram uma lavagem cerebral nela, nunca vi uma pessoa tão radical em questão da sua religião, ela não aceitava de jeito nenhum outras religiões, criticava todas, sómente a católica salvava as pessoas, as outras eram nefastas. Bem, a crença religiosa dela não teve continuidade com os filhos, nem eu nem meus irmãos somos católicos hoje em dia, muito menos extremistas religiosos, por termos passado por esse processo deseducativo, nos afastou mesmo dessa religião, não é assim que se transmite princípios religiosos aos filhos, isso na verdade nos traumatizou. Hoje com essa idade madura em que estou, fico questionando os princípios da igreja, lembro da minha mãe com vários números de rifa, ela tinha que vender todos, e aí  sobrava para mim claro, aquilo era tão desagradável, detesto rifas até hoje, e o dinheiro arrecadado era em prol da paróquia, e o brinde da rifa era um fiel que doava. No fim a igreja só recebia, então ela era mantida com o trabalho e com o dinheiro dos fiéis, está explicado por que é a maior instituição do mundo, claro, assim ela vai crescer infinitamente, à custa do esforço dos paroquianos, eu penso com meus botões: a igreja negocia a fé, estou fora desse esquema, detesto quando alguém vem me vender uma rifa ou cupom para almoço na igreja, não vou colaborar de jeito nenhum. A igreja é suficientemente rica, não precisa de mim.
   Mas é domingo, na minha vida de aposentada não muda muito agora, mas a sensação desgradável de ter que ir à missa ainda permanece, por que será?
   Amiguinho diário virtual, vou te deixar agora, vou viver mais esse domingo agora, ok? beijinhos.

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